Um vaso-retrato que representa um homem con um "tembetá" no labio inferior e pendientes nas orelhas. Imagen de "Investigaciones arqueológicas en Pariti" de Jédu Sagárnaga.
Já pensou, que aqui perto do Brasil, fica ainda um dos maiores oráculos dos andes, e um dos maiores do mundo?
Nos referimos ao Titicaca, o maior e mais alto lago navegável do mundo. Este lago, ainda sagrado, foi verso de civilizações que acreditavam na forca dele, regidos pelo Deus do Báculos, um ser poderoso, que era adorado com muito respeito e medo, e seu culto se expandiu pela grande maioria dos andes.
Segundo os estudos, os filhos do sol vieram dessas terras para consquistar Acamama, a antiga cidade que fica imbaixo da atual Cusco, fundada pelo Manko Cápac, o primeiro filho do sol da linhagem. Antigamente, antes que os Incas, existiu um grande estado, que virou quase um imperio , chamado Tiwanaku (o confim do mundo ou “donde acaba o mundo”) Segundo as culturas andinas, o mundo real acabava entre o oceano Pacífico e o grande Titicaca, ambos considerados lagos, ou seja, lago maior e lago menor, respetivamente.
O Lago Titicaca
A cultura Tiwanaku, desenvolveu um estado teocrático, ao parecer pacifico, porém muito religioso. Grandes construções como o templo de Kalasasaya, na ilha do Sol ou a Portada do Sol na Bolivia, são grandes referentes da grandeza desse povo milenar. A influencia foi tão grande, que chegou desde o Perú ate o Chile. Eles falavam uma lingua, possivelmente o Puquina, de origem altiplânico, e até talvez de origem amazônico.
Deus dos Báculos. Imagen tomada de "Investigaciones arqueológicas en Pariti" de Jédu Sagárnaga.
Ao passar dos tempos, essa cultura deixou rastros da grandeza, e uma desses rastros foi em Pariti, a ‘Ilha perdida do Titicaca”. Há muito tempo, o lugar já tinha dado noticias interessantes, de tesouros raros, pois décadas anteriores, o pesquisador Arthur Posnansky, quem junto com o proprietário da ilha, o senhor Pacheco, descobriram peças de ouro (copos, placas e mascaras ) e ossos. Parecera que se tratava de alguma tumba. Após um tempo, outro arqueólogo, chamado Bennett, também fez escavações em junho do 1934. Ele cavou uns 130 m2 de área. Nessas excavações, se acharam materiais Incas, depois Chiripa e Tiwanaku Clásico: 23 pequenos objetos de ouro (principalmente vasilhas) 7 tubos de osso esculpidos (para guardar pintura), pedaços de pintura verde, vermelha, branca e azul, ente outros objetos de menos valor. Outros pesquizadores foram visitar a ilha, mas sem relevância.
Duas aves rapaces, cujos pescoços estão coroados pelo contorno quadrado que tinham as deidades Tiahunaco. Imagen de "Investigaciones arqueológicas en Pariti" de Jédu Sagárnaga.
As labores arqueológicas boliviana-finlandesa em Pariti comecaram entre 2002 e 2004. Foram em Tiraska, um antigo cemitério tiwanacota. Os camponeses nativos falavam sobre as historias dos arqueólogos, mas sem neuma outra referencia. A equipe de arqueólogos só tiraram fotografias de alguns monolitos e foram embora.
Já em outubro de 2003, voltaram para Tiraska, e depois de alguns meses de pesquisa, comheceram um camponês que possuia algumas peças interessantes, entre elas, um copo com o “chachapuma” que é uma onça sagrada. Os arqueologos puderam recuperar muitas peças que estavam em possessão da população e que logo formariam parte do futuro museu de Pariti. Devido a essas peças achadas, o catedrático Martti Parssinen da Universidade de Helsinki, ajudou a continuar o processo de pesquisa para agosto de 2004.
Outro vaso-retrato de um personagem com uma grande coroa en meia lua. Imagen de "Investigaciones arqueológicas en Pariti" de Jédu Sagárnaga.
Voltando ás escavações, foram descubertos, dois poços cheios de cerâmica quebrada intencionalmente. Dentro de cada um deles, o conteúdo era variado: cerâmicas, ossos, algumas pecças de metal e orgânicos. Um detalhe interessante, era que sempre as peças de cerâmica eram achadas em pares. Ao parecer, foram quebradas em algum tipo de ritual, já que foi descartada a ideia de ser uma “lixeira de artesanos”. Esta conclusão, foi porque as peças estavam finamente acabadas quando foram quebradas (naquela época) e na hora da reconstrução, pela equipe de arqueólogos, tinham perfeita aparência.
Outro kero com desenhos tihuanaco clásico, distribuidos em tres bandas e um animal fantástico na borda (recurrente na arte tahuanaco e que os arqueólogos chaman "sachapuma") com características de um felino e o colar branco que levan os cóndores. Imagen de "La Magia del Titicaca".
Vaso-retrato de incrível realismo, de uma mulher. Imagen de "Investigaciones arqueológicas en Pariti" de Jédu Sagárnaga
Outra coisa curiosa, foi que talvez, as peças primeiro foram quebradas e apilhadas, para logo ser colocadas nos pozos. Esta conclusão foi feita devido a que no momento de ser reconstruidas, muitas peças tinham seus pedaços, no poço 1 ou o 2.
A peça de cerámica mais famosa achada em Pariti, é uma que foi batizada como "El Señor de los Patos" ("O Senhor dos Patos"), uma vasilha com pescoço comprido e que representa um idoso levando a uma de essas aves, que forma parte da fauna do Lago Titicaca. Imagem de "La Magia del Titicaca" publicada por el BCP.
O material achado foi de 340 vasilhas, no primeiro poço (reconstruídas), já que só 20 foram achadas intatas:
- 53 keru (copos), simples e decorados com o a imagem completa do Deus dos Báculos, umas 4 em forma de pé humano (parecidas com as da cultura Wari) e outros dois em forma globular, entre outros mais.
47 Ch’alladores (vasilhas para abencoar a terra) , quase todos decorados
55 tijelas com decoração, na maioria só nas bordas com aves, felinos e personajes miticos, um pocuo desgastadas, parece que foram bastante usadas.
40 peças “tijelas em forma de rim
23 garrafoes muito bem conservados
22 tijelinhas , tambem decoradas e um pouco desgastadas.
17 fontes com pedestal
15 vasilhas em forma de aves a animais (cóndores, lhamas, lagartijas e águias)
7 wako-retrato (vasilha com retrato esculpido) com personagens importantes, com cabelo muito curto e alargadores, parecidos com os indigenas amazônicos, Outros com turbantes ou chapéus. 7 vasilhas em forma de homens, em corpo enteiro, um deles o mais famoso, o Senhor dos Patos, uma das peças mais raras da arte andina pré-inca.
9 vasilhas femininas em forma de mulheres importantes, sentadas.
5 esculturas pequenas antropomorfas, algumas em forma de corpo de homens.
1 vasilha grande nao reconstriida
5 sahumadores incompletos
2 esculturas em pedra de duas onças
20 continhas de colar de sodalita
1 lamina circular de ouro2487 ossos enteros e fragmentos de ossos de animais com um peso de 13,5 kg.
Pato do Titicaca. Imagen de "Investigaciones arqueológicas en Pariti" de Jédu Sagárnaga
Todo este material ,não deixa neuma duvida, do que o Titikaka, foi, e é até hoje, uns dos versos do pensamento religioso dos andes e em especial, de Tiwanaku. Muitos lugares arqueologicos do lago, foram apropriados pelos incas sobre antigos restos da cutura tiwanaku, talvez para aproveitar a sacralidade do grande lago.
Adrián ILave Inca
Comments